Se a sua conta de água aumentou absurdamente e, mesmo assim, a torneira continua seca com frequência, você não está sozinho. Desde a concessão de parte dos serviços da CEDAE em 2021, essa tem sido a dura realidade para milhões de fluminenses. Agora, uma nova e ainda mais grave ameaça surge no horizonte de 2025: a privatização do que restou da companhia, o seu coração, a produção de água.
Mas o que isso realmente significa para você, para seu condomínio e para o seu bolso? E por que as gigantes do saneamento parecem empenhadas em eliminar qualquer alternativa, como os caminhões-pipa?
O que aconteceu em 2021 e por que sua conta disparou?
Em 2021, a distribuição de água e a coleta de esgoto no Rio de Janeiro foram entregues a empresas privadas, como a Águas do Rio (do grupo Aegea) e a Iguá Saneamento. A promessa era de mais investimentos e universalização do serviço. O que muitos sentiram na pele, no entanto, foi um aumento expressivo nas tarifas e um número recorde de reclamações por falta d’água e cobranças indevidas.
A CEDAE estatal ficou apenas com a captação e o tratamento da água bruta, ou seja, a produção da “matéria-prima” que é entregue às concessionárias. Agora, é exatamente esse “filé mignon” que está na mira da privatização.
O Jogo do Monopólio: Quem Quer Comprar a Fonte da Nossa Água?
A nova proposta para 2025 é privatizar a capacidade de produção de água da CEDAE, incluindo o estratégico Sistema Guandu. E quem são as principais interessadas? Justamente as grandes concessionárias que já operam a distribuição.
Imagine a seguinte situação: a mesma empresa que distribui a água passa a ser dona também da fonte. Isso cria um monopólio completo sobre todo o ciclo da água. Com um controle tão grande, o poder de ditar os preços e as regras do jogo se torna absoluto, deixando o consumidor completamente refém.
A Perseguição aos Caminhões-Pipa: A Face Cruel da Sede por Lucro
Nesse cenário de serviço caro e ineficiente, uma prática preocupante tem sido denunciada: a perseguição aos transportadores alternativos de água. Quando a água da concessionária não chega, a única salvação para milhares de famílias, hospitais, comércios e condomínios é o caminhão-pipa.
No entanto, em vez de verem o transporte alternativo como um parceiro que socorre a população onde elas falham, algumas concessionárias parecem enxergá-lo como um inimigo. Há relatos de dificuldades e multas aplicadas aos caminhões e até mesmo aos clientes que contratam o serviço.
Essa atitude revela uma estratégia clara: eliminar a concorrência para forçar a dependência total do seu serviço, não importa quão falho ou caro ele seja. É uma luta desleal que penaliza duplamente o cidadão: primeiro com a falta de água da rede e, depois, ao tentar impedi-lo de buscar a única solução disponível.
A ATAPRJ na Linha de Frente da Defesa do Seu Direito
A água é um direito humano básico, não uma mercadoria para gerar lucro a qualquer custo. O transporte alternativo de água potável não é um concorrente, mas um serviço essencial de apoio à sociedade, garantindo a saúde e a dignidade da população quando o sistema principal falha.
A Associação dos Transportadores de Água Potável do Rio de Janeiro (ATAPRJ) está na linha de frente dessa batalha, defendendo não apenas os seus associados, mas principalmente o direito do consumidor de ter acesso à água. Lutamos por tarifas justas e contra a formação de um monopólio que só prejudica a ponta mais fraca: você.
A nova privatização da CEDAE não é apenas um negócio bilionário. É a etapa final de um projeto que pode entregar o controle total do nosso bem mais precioso a concessionárias cujo principal objetivo é o lucro, e não o bem-estar social.
A sua voz é fundamental nesta luta! A informação é a nossa maior arma.
Gostou deste artigo? Ajude a espalhar essa informação! Curta, comente e compartilhe este post no seu Instagram. Vamos juntos lutar pelo direito à água para todos!